À medida que o tempo passa, maiores são os desafios para se viver em sociedade. Um desses desafios diz respeito à vida em família, principalmente em seu sentido e configuração mais convencionais. A diminuição do número de casamentos e, em contraste, o aumento no número de divórcios são provas disso. O modelo de família nuclear não é o que prevalece mais nas estatísticas dos censos demográficos. Os papéis e funções, outrora tão claros na dinâmica familiar, agora são desconhecidos ou ignorados por aqueles que deveriam assumi-los e desempenhá-los. O pai não sabe mais o que é ser pai e o que cabe ou não a ele. A mãe, por necessidades diversas, cede ou compartilha o seu lugar com terceiros. Os filhos, por conta de tudo isso, sofrem a dor do luto de seus pais, ainda que vivos. Viver em família se tornou um grande desafio!
Muitas vezes, o que era para ser um prazer, tornou-se um peso. Em muitos casos, o que era para ser uma grande aventura com a certeza da vitória, tornou-se uma experiência ameaçadora e dominada pelo medo. Não muito raro, o que era para ser uma grande experiência de alegria, tornou-se motivo de tristeza.
Uma das características que tornam a vida em família algo tão desejável, é o senso de continuidade que adquirimos através dela. Com a família, vem a certeza de que nossa história não termina em nós mesmos e nem na hora de nossa morte. Mas o que deveria ser um ambiente de vida, tornou-se um ambiente de esterilidade. Em um ambiente familiar estéril não há esperança, segurança, coragem, equilíbrio, respeito, mutualidade, identificação, diferenciação, alegria ou tantas outras emoções saudáveis. A não ser que Deus entre na história dessa família e interfira na dinâmica desse ambiente, ela continuará sendo estéril. Quando isso acontece, quando Deus é presente em nossa casa, a esterilidade dá lugar a vida e, como num renascimento, os ajustes e mudanças vão se dando e velhos papeis vão sendo restaurados e vividos como nunca antes.
Quando a esterilidade dá lugar a vida, mães deixam de ter medo e passam a acreditar. Quando a esterilidade dá lugar a vida, mães passam do desespero à esperança. Quando a esterilidade dá lugar a vida, mães migram do sentimento de obrigação para a experiência do prazer. Quando a esterilidade dá lugar a vida, mães se realizam, não com o resultado final, mas com a consciência de ter cumprido a sua missão. Quando a esterilidade dá lugar a vida, mães não são apenas mulheres cumprindo o papel da maternidade, são alegres mães de filhos, conforme a experiência do salmista, no salmo 113:5-9:
“Quem é como o Senhor nosso Deus, que habita nas alturas? O qual se inclina, para ver o que está nos céus e na terra! Levanta o pobre do pó, e do monturo levanta o necessitado, para o fazer assentar com os príncipes, mesmo com os príncipes do seu povo. Faz com que a mulher estéril habite em casa, e seja alegre mãe de filhos. Louvai ao Senhor.”
Que o Senhor nosso Deus dê a você, apesar de todos os desafios, a tremenda experiência de ser uma “alegre mãe de filhos”.
Com amor,
Pr. Carlos Henrique.